domingo, agosto 22, 2010

Final de semana como sol!


Finalmente, final de semana em São Paulo com sol!!!

Sob um sol gostoso, caminhei pelo bairro anciosa para ver a ampliação de fotos que há algum tempo ocupam um espaço considerável no computador. Depois caminhei batendo papo com minha amiga-atriz.

Estávamos sedentas por um caldo de cana geladinho e por um pastelzinho de queijo....ahhhhhhh que delícia!

Entramos na livraria, separei alguns livros e fiquei por algum tempo desbravando-os com o desejo de descobrir novas coisas. É hora de ir!

No final da noite, estiva lá, no teatro vendo pela segunda vez a peça de formatura de minha amiga dedicada e apaixonada pelo teatro. Novamente me emocionei.....ela estava deslumbrante...esbanjando talento e os três anos de muito estudo.

Fui dormir bem cansada, mas feliz!

Hoje, acordei cedinho, fui para o estudo com as crianças, revi a família e depois....tchan tchan tchan tchan....

Almoço-feliz na casa de um casal amigo, feijoada, caipirinha, conversa boa, crianças adoráveis e petit gateau (essa receita do Gustavo é muita boa). Ah! Também descobri que o Klaus e a Marina tem um blog, é mole?

Nossa, o dia estava lindo, o ambiente agradável e eu implorei para que o domingo parasse, mas não deu certo : (

É, o domingo chegou ao fim.... é hora de arrumar as coisas para a semana , agradecendo por mais um dia de paz e muito amor.

Obrigada por mais um dia! Que tenhamos todos uma excelente semana : -)

sexta-feira, agosto 20, 2010

Donka, una lettera a Chekhov


DONKA - UMA CARTA A TCHEKHOV

"Estreia, no SESC Pinheiros, Donka - uma carta a Tchekhov, espetáculo escrito e dirigido pelo suíço-italiano Daniele Finzi Pasca, que utiliza a linguagem do circo-teatro para homenagear os 150 anos do escritor russo Anton Tchekhov.

Usando clowns, músicos e acrobatas, a montagem cria situações e imagens insólitas a partir de fragmentos da vida e da obra do escritor russo, que também era médico e pescador."Tchekhov gostava de pescar, e fazia isso para pensar e refletir tranquilamente. Alguns peixes se pescam nas profundezas, sem utilizar boia, mas fixando uma sineta na extremidade da vara. Donka é o nome de uma destas sinetas, um destes instrumentos com os quais Tchekhov se preparava para a meditação", explica o diretor.

A produção russa da companhia Teatro de Sunil e do Chekhov International Theatre Festival, co-produzida por Théâtre Vidy-Lausanne e Inlevitas Productions, é apresentada em português no Teatro Paulo Autran, com curta temporada que vai de 14/8 a 20/8.

A montagem estreou em Moscou no dia 29/01 deste ano, data em que se comemoraram os 150 anos do nascimento de Tchekhov, e chegou ao Brasil para apresentações em Belo Horizonte [Festival Internacional de Teatro] e na capital paulista.

Como clowns e narradores da história, os integrantes do elenco transitam entre diversos personagens e universos das obras do autor russo. Uma carta a Tchekhov, subtítulo do espetáculo, é uma referência ao fato de que a montagem não fala de Tchekhov, mas fala a Tchekhov.

"Contamos o encontro do nosso mundo, do mundo da clowneria e do circo, com seu mundo. Buscamos os detalhes, as coincidências, as encruzilhadas entre Tchekhov homem de teatro, médico e pescador. Tentamos ler as margens de seus escritos, suas notas, seus cadernos de anotações, tentamos escutar os sons de seus contos, as coincidências entre seu tempo/espaço e nosso tempo/espaço", define Pasca.

O elenco de Donka conta com a participação de duas atrizes brasileiras, Helena Bittencourt, que trabalhou com Daniele Finzi Pasca no Cirque du Soleil e hoje vive na Espanha, e Beatriz Sayad, atriz que integrou o Teatro do Sunil de 1991 a 1999, atuando no espetáculo 1337 - Déjeneur sur l'herbe."

Fonte: Portal SESC Pinheiros

Programão!

Não tinha mais ingresso, cheguei um pouco antes de começar o espetáculo. Segui o conselho da Mel e fui ver se algum convidado tinha desistido.

Consegui! Faltavam 5 minutos para começar e eu estava sentadinha, parecendo uma criança...

...nunca vi um espetáculo tão lindo!

Grazie amica e buona notte.

terça-feira, agosto 17, 2010

Dança Afro-Brasileira

"As danças de influência predominantemente negras, como batuques, tambor de criola, jongo e as danças dos orixás, como instrumento de improvisação e reelaboração desse universo."
Vamos experimentar!

Em algum lugar na Puglia....

domingo, agosto 15, 2010

Mostra del Poster - Galleria Buenos Aires, 2 - Milano

Ferrario apresentou me dois artistas excelentes, enquanto me despedia da acolhedora Milão.

Visitamos dentro de uma galeria, a loja Mostra del Poster, em corso Buenos Aires. Fiquei encantada ao ver tanta coisa linda.

Apresento à vocês: Francesco Musante

Andrea Agostini





















Ambos italianos, va bene?

Salento, Puglia - Italia


Bari foi a primeira parada antes de iniciar uma jornada maravilhosa pela região do Salento, ou península salentina ou ainda como é conhecida - Taco da Itália, (descobri que bota em italiano significa outra coisa, depois conto).

O Salento fica localizado no extremo sul da região Apúlia (Puglia, em italiano) tendo o mar Jônio ao oeste e o Adriático ao leste.
Acompanhe a viagem pelo mapa!

Fomos ao encontro de alguns amigos em Villanova. Visitamos algumas praias pela região, comendo fogazza e tomando muita água. A noite conseguimos assistir a um concerto de Nina Zilli em Torre Regina Giovanna (Brindisi). Era um espaço aberto com alguns monumentos em ruínas, pedras, areia, árvores, amigos queridos e boa música. Estávamos sob um céu estrelado, fomos acolhidos por uma noite deliciosa e dançávamos ao som de uma banda animada e muito competente.

Visitamos Gallipoli, cidade de arquitetura barroca, situada sobre uma pedra calcária pitorescas da ilha jónica de Salento; ligado ao contintente por uma ponte do século XVII. Gallipoli, a palavra vem do grego que significa "bela cidade", além de ser chamada de "Ionian Pearl" por sua elegância e charme. No final da tarde os pescadores chegam com seus barcos e expõe seus peixes e mariscos frescos para compra. No centro da cidade prova-se o delicioso sorvete e aprecia-se o artesanato da região.

Ostuni, a "cidade branca", tem origem na palavra grega Neonasty, fica na província de Brindisi. Com suas ruas de pedras, arcos, becos e casas pintadas de branco é um encantador exemplo da arquitetura mediterrânea. Com a ajuda de um amigo, comemos em lugar maravilhoso, um ritual de quase três horas, provando tudo da comida típica pugliese, com azeite e vinho da região. Outra noite inesquecível!

Já em Torre Lapillo, mais visitas a praias lindas, de lá, pegamos o carro e fomos conhecer Porto Selvaggio. Reserva natural, localizada na comune de Nardò, província de Lecce. Ao som das cigarras e sendo observados por altos pinhais, chegamos ao mar. Águas calmas e transparentes, sob o guarda-sol fincado nas pedras, passamos um dia bastante especial para mim. E para fechar o dia, um delicioso aperitivo regado a proseco, azeitonas e um lindo pôr-do-sol.

Última cidade visitada por nós foi Castro, entre Otranto e Santa María di Leuca, cidade belíssima, cercada por antigos muros, permanece alta sobre a falésia com uma vista inigualável.



Amistad

O estudo que fiz hoje com as crianças era sobre Amizade, lembrei de você e citei meu mais novo amigo :-)
Grazie por apresentar Rubem Alves e tornar nossa viagem tão especial.

Rubem Alves

Recentemente tirei alguns dias para viajar de férias e conheci um autor interessantíssimo de nome Rubem Alves...adorei a forma com que escreve, sua sensibilidade e simplicidade ao tratar as coisas do cotidiano. Como foi por meio de uma amiga que o conheci, deixo aqui, um texto dele que fala sobre amizade.

A Amizade

Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilha-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...

Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando jovem, e do qual nunca me esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo o que já sentira antes. O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.

A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.

Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava ‘Tenho um amigo, tenho um amigo!’ Nada via. Nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono e adormeceu apenas deitou-se. Mas durante a noite foi acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: ‘Tenho um amigo’, e tornava a adormecer.”

Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com que você está não é amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminado o alegre e animado programa vem o silêncio e o vazio – que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.

Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.
Uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia ser transformada em tábuas. Inútil parra os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores de essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam.

Um amigo é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna um amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão. Diante do amigo sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.

Rubem Alves